sexta-feira, 21 de junho de 2013

Inocentes,


Essas são apenas palavras que serão colocadas sem ordem, sem direção. Em total desordem, assim como aqui dentro. Tudo parece tão intacto por fora, tão perfeito, tão fácil; mas por fora, tão frágil, tão só, tão perdido. Frágil como as palavras que saem da minha boca sempre que penso em questionar algo. Dizer o que realmente acontece, o que realmente almejo. Frágil como cada dia que se passa. Frágil como as folhas do outono que caem, e se tornam tão quebradiças quando as pessoas andam sobre elas. Perdido, como em um mar de palavras e pensamentos guardados em um baú de lembranças. Só, como as palavras que nunca disse e ainda quero dizer, abandonadas em algum lugar aqui dentro. Só, como a criança que está em algum lugar dentro de todos nós, e abandonamos ela. Esquecemos elas. Esquecemos que, no final das contas, inocentes não eram as crianças que um dia fomos, que sorriam por tudo, diziam tudo que queriam na hora que pensavam, e sonhavam. Sonhavam que um dia seriam o quer que fosse. Esquecemos que os inocentes somos nós. Os esquecidos. Esquecidos de um passado tão vivo, cheio de cor, vivendo em um presente cinza e metódico. Esquecidos daquilo que nos movia para sermos tão felizes na infância. Inocentes e esquecidos somos nós, que esquecemos de como viver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário